Marsala

Na pontinha da Sicília encontramos a província de Marsala, famosa pela história renascentista, pelos sítios arqueológicos, pelas belas paisagens que emolduram o pôr-do-sol, e pela reserva natural com suas salinas. Mas, acima de tudo, Marsala é famosa pelos seus vinhos fortificados capazes de encantar o mundo!

O vinho Marsala é como se fosse o primo italiano dos portugueses Porto e Madeira, e do espanhol Jerez. Trata-se de um vinho complexo e longo, com aromas de frutas secas e especiarias, como noz moscada, por exemplo.

A história conta que o italiano Marsala é, na realidade, uma descoberta inglesa! Um comerciante chamado John Woodhouse desembarcou na cidade de Marsala, no século 18, forçado por uma tempestade. Provou um vinho local numa taberna, e resolveu levar um lote para comercializar em sua terra natal. Para evitar problemas de conservação durante a viagem, ele acrescentou aguardente de vinho nos barris. Já na Inglaterra, ele percebeu que o vinho havia se modificado muito, e para melhor! Não foi à toa. A adição da aguardente vínica havia dado espessura e maior potência ao vinho. Ele batizou esse vinho de Marsala, e, voltando à Sicília, montou sua própria vinícola!

O Marsala é produzido a partir de uvas locais, muitas vezes plantadas a somente 1 km de distância do mar. As cepas utilizadas nesse vinho são as brancas Catarratto, Grillo, Inzolia e Damaschino, ou as tintas Pignattello, Nero d’Avola e Nerello Mascalese. Conforme sua coloração, o Marsala é classificado da seguinte forma:

 Ouro –  produzido com uvas brancas, esse é um vinho de cor dourada

 Âmbar – produzido com uvas brancas, a peculiar cor âmbar desse vinho é consequência da adição de mosto cozido (na proporção mínima de 1%)

 Rubi – produzido com uvas tintas (as uvas brancas não podem representar mais do que 30% do total), esse é o Marsala menos conhecido

A quantidade de açúcar residual do Marsala varia, podendo alcançar níveis superiores a 100 g por litro:

 Seco – menos de 40 g de açúcar residual por litro 

 Semisseco – entre 40 e 80 g de açúcar residual por litro 

 Doce – mais de 80 g de açúcar residual por litro 

Marsala pode ser doce ou seco, pálido ou escuro, com aromas de caramelo ou de frutas secas, como avelãs e nozes. Mas, em relação ao tempo de envelhecimento, as normas da denominação de origem Marsala também definem algumas classificações. Via de regra, quanto menor o tempo de envelhecimento, menor o teor alcoólico, que varia geralmente entre 17 e 20°.

 Fine – envelhecimento mínimo de 1 ano (é o mais utilizado na culinária) .

 Superiore – envelhecimento mínimo de 2 anos em madeira.

 Superiore Riserva – envelhecimento mínimo de 4 anos em madeira.

 Vergine e/ou Soleras – envelhecimento mínimo de 5 anos em madeira.

 Vergine e/ou Soleras Riserva, ou Stravecchio – envelhecimento mínimo de 10 anos em madeira.

Vergine, que significa “virgem” em português, é um termo associado a algumas condições estabelecidas pela legislação: são vinhos produzidos exclusivamente a partir de uvas brancas, e com a adição apenas de álcool ou aguardente de vinho, sem adição de mosto cozido ou concentrado, nem adição de mistella (também chamada de sifone, é um produto obtido a partir de mosto de uvas tardias e álcool, utilizado para ajustar o percentual de açúcar e conferir aromas terciários).

E o termo Soleras, que pode aparecer nas versões Vergine, significa que houve uma mistura de diferentes safras, pelo sistema de envelhecimento de vinhos chamado solera. Trata-se de uma maneira de garantir resultados menos variáveis, ano após ano. Para saber mais sobre isso, clique aqui.

O vinho Marsala é muito usado na culinária (mais seco em pratos salgados e mais doce na pâtisserie). Provavelmente o prato mais famoso elaborado com esse vinho seja o Frango ao Molho Marsala, mas esse vinho também é um importante ingrediente para doces, como o panetone, tiramissu, creme zabaione... Para se aventurar na cozinha com o Marsala, sugerimos começar utilizando-o para dourar e caramelizar cebolas e cogumelos. Você vai se surpreender!

Mas, além do uso culinário, Marsala seco é um excelente aperitivo, principalmente com queijos (inclusive azuis como Gorgonzola) e castanhas de todos os tipos. Marsala doce é um vinho de sobremesa espetacular, para acompanhar chocolates, por exemplo. Não é à toa que chamam o Marsala de vinho de meditação! Que tal meditar um pouco, hein?

 




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